quinta-feira, 14 de julho de 2011

A Harmonia Musical


    Como a música e uma das coisas que mais gosto nesta vida, não poderia deixar de colocar algo a seu respeito neste nosso espaço. Infelizmente a humanidade atual se nivela pelo que há de mais inferior e isto se reflete também no que o povo costuma ouvir e que apelidam de música. Barulho não é composição e grunhido não é canto, que injustiça é cometida aos artistas que dedicam décadas de suas vidas a estudar a música e a harmonia quando qualquer um que diz tocar alguma coisa se intitula músico. Como sempre falei, é possível avaliar o estado evolutivo de uma pessoa pelo que ela escuta... Leiam abaixo a psicografia do Maestre Rossini obtida por Kardec e publicada no livro “Obras Póstumas”.

    “A harmonia é difícil de definir, frequentemente confundem-na com a música, com o som resultante de um arranjo de notas e de vibrações de instrumentos produzindo esse arranjo. Mas a harmonia não é isso, não mais do que a chama não é a luz. Pode-se conceber a luz sem chama e a harmonia sem música... O sentimento, no compositor é a harmonia; a sensação no ouvinte é também harmonia, com a diferença de que ela é concebida por um e recebida pelo outro. A música é o instrumento da harmonia, ela a recebe e a dá. Ela a torna mais ou menos desvirtuada segundo seja mais ou menos executada...
    A harmonia é tão indefinível quanto a felicidade, o medo e a cólera: é um sentimento. Não é compreendido senão quando possuída, e não é possuída senão quando adquirida. O homem que é alegre não pode explicar a sua alegria; aquele que tem medo não pode explicar o seu medo; eles podem dizer os fatos que provocam esses sentimentos, definí-los, descrevê-los, mas os sentimentos restam inexplicados. O fato que causa a alegria de um não produzirá nada sobre o outro; o objeto que ocasiona o medo de um produzirá a coragem de outro. As mesmas causas são seguidas de efeitos contrários. Isso existe porque o sentimento é propriedade da alma, e que as almas diferem entre si de sensibilidade, de impressionabilidade e de liberdade.
    A música que é a causa segunda da harmonia percebida, penetra e transporta um e deixa o outro frio e indiferente. É que o primeiro está em estado de receber a impressão que produz a harmonia, e que o segundo está num estado contrário; ele ouve o ar que vibra, mas não compreende a idéia que lhe transporta. Este chega ao aborrecimento e adormece, aquele ao entusiasmo e chora. Evidentemente os homens que gostam das delícias da harmonia é mais elevado, mais depurado do que aquele que ela não pode penetrar; a sua alma está mais apta a sentir; libertar-se mais facilmente, e a harmonia ajuda a libertar-se; ela a transporta e lhe permite ver melhor o mundo moral. De onde é necessário concluir que a música é essencialmente moralizadora, uma vez que leva a harmonia às almas, e que a harmonia as eleva e engrandece.
    E agora, se se considera que a harmonia flui do espírito, disso se deduzirá que se a música exerce uma feliz influência sobre a alma, a alma que a concebe, exerce também uma influência sobre a música. A alma virtuosa, que tem a paixão do bem, do belo, do grande e que adquiriu a harmonia, produzirá obras primas capazes de penetrar as almas mais blindadas e comovê-las. Se o compositor ainda é uma alma inferior, como representará a virtude que ele desconhece, o belo que ignora e o grande que não compreende? Suas composições serão o reflexo de seus gostos sensuais, de sua leviandade, de sua indiferença. Elas serão ora licenciosas e ora obscenas, ora cômicas, ora burlescas; comunicarão aos ouvintes os sentimentos que exprimirão e os perverterá ao invés de melhorá-los.”
 

terça-feira, 12 de julho de 2011

Mensagens de Emmanuel - Ricamente



“A palavra do Cristo habite em vós, ricamente...” – Paulo (Colossenses, 3:16)

Dizes confiar no poder do Cristo, mas, se o dia aparece em cores contrárias à tua expectativa, demonstras deplorável indigência de fé na inconformação.
Afirmas cultivar o amor que o Mestre nos legou, entretanto, se o companheiro exterioriza pontos de vista diferentes dos teus, mostras enorme pobreza de compreensão, confiando-te ao desagrado e à censura.
Declaras aceitar o Evangelho em sua simplicidade e pureza, contudo, se o Senhor te pede algum sacrifício perfeitamente compatível com as tuas possibilidades, exibes incontestável carência de cooperação, lançando reptos e solicitando reparações.
Asseveras procurar a Vontade do Celeste Benfeitor, no entanto, se os teus caprichos não se encontram satisfeitos, mostras lastimável miséria de paciência e esperança, arrojando teus melhores pensamentos ao lamaçal do desencanto.
Acenderemos, porém, a luz, permanecendo nas trevas?
Daremos testemunho de obediência, exaltando a revolta?
Ensinaremos a serenidade, inclinando-nos à desesperação?
Proclamaremos a glória do amor, cultivando o ódio?
A palavra do Cristo não nos convida a marchar na fraqueza ou na lamentação, como se fôssemos tutelados da ignorância.
Segundo a conceituação iluminada de Paulo, a Boa Nova deve irradiar-se de nossa vida, habitando a nossa alma, ricamente.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Espaço Ramatis – Instrumentos da Fé



    A comunidade terrícola ainda está muito longe de prescindir dos instrumentos palpáveis que impulsionam a fé. A grande maioria das populações, no estágio evolutivo em que se encontra, ainda precisa dessas escoras para conseguir se religar ao Criador. Não têm consciência da onipresença de Deus e as mentes não estão treinadas para despertar, solitariamente, as potencialidades divinas que lhes são imanentes...
    ...A religião é um meio de religar-se ao Todo, ao Criador. Não é um fim em si mesma, com propósitos e interesses exclusivistas e de classes, portanto, a instituição religiosa não deveria sobrepor-se à religiosidade. Dentro das leis de causalidade que regem a harmonia cósmica, fixaram-se no inconsciente dos terrícolas atavismos contrários ao que se espera em relação à fé, atribuindo-se a instrumentos exteriores a força de religação com Deus, que, originariamente, provém do interior de cada um.
    À época presente, o que seriam as seitas evangélicas sem a Bíblia e suas interpretações mais ardentes e lamuriosas; a Umbanda sem as oferendas, os despachos à beira da natureza, os pontos e as pembas; o catolicismo sem seus paramentos, suas insígnias e o ato confessional de joelhos diante da impessoalidade do sacerdote; os rosa-cruzes e maçons sem os templos e seus graus simbólicos e filosóficos; os místicos sem os mantras e o retiro meditativo; a benzedeira sem a velinha acesa?
    ...Uma das prerrogativas para a ascese do espírito imortal é o amor ao próximo... Por sua vez, a exteriorização da fé, necessidade e direito dos cidadãos, não determina a ascensão, e sim os sentimentos e as obras realizadas.
    ...Respeitai o agente da fé de cada um... Jesus, o espírito mais evoluído e de maior mentalismo que já pisou em vosso orbe, nunca deixou de impor as mãos, mesmo podendo agir somente com o seu pensamento crístico. Acatemos o tempo necessário à evolução de cada um, até quando chegar o momento de despertar interno sem exigência de exteriorizações.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Mensagens de Pai João de Aruanda



O Sabor da Caminhada

    A vida parece muitas vezes difícil. Eu sei! E você ainda diz, meu filho, que a vida é dura... Pai-velho lhe fala com todo o carinho que essa dureza da vida é só aparência, pois, se a vida lhe parece dura, é porque você é mole.
    O vencedor na vida é aquele que não abandona a jornada e prossegue confiante, superando os obstáculos. Numa corrida, o atleta encontra, naturalmente, desafios a vencer e muitas barreiras, que exigem mais disposição, firmeza e coragem. Nenhuma vitória é conquistada sem lutas.
    Se você adotou uma idéia, uma doutrina ou filosofia, não espere que as coisas sejam fáceis. Surgirão dificuldades, que servirão de teste para averiguar sua competência e seus valores.
    Se você empreende um negócio, não seja imaturo a ponto de pensar que tudo será como um mar de rosas. Como todo ser humano, você só atingirá a tranquilidade após o esforço da conquista.
    Sem aqueles espinhos, sem as pedras e desafios ou as sinuosidades do caminho, não aprenderíamos o valor das experiências, nem teríamos noção da grandeza da vitória. Enfim, sem os obstáculos, meu filho, ninguém conseguiria saborear a vida e o viver.
    Aprenda a viver o caminhar, a sentir o sabor do percurso, e quem sabe você não perceberá a beleza da paisagem?
    Não espere a vitória plena a fim de se alegrar, de se descontrair ou usufruir as coisas boas. Aproveite a caminhada e aprecie a beleza a seu redor durante a jornada. A viagem rumo à vitória é mais saborosa em seu percurso que na linha de chegada.
    Se lhe parecem difíceis os dias e você se encontra ligado ao trabalho nobre e ao compromisso com o Alto, imagine como seria, então, caso você estivesse desligado da fonte sublime que alimenta sua alma.
    Honre, portanto, a oportunidade que Deus lhe concedeu e, aprendendo a ampliar seus próprios limites, prossiga fiel ao chamado divino. A sua felicidade é permanecer conectado à seiva viva do amor. Pense nisso e reavalie suas decisões.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Espaço Leitura – Ave Cristo



    Obra psicografada pelo médium Chico Xavier e de autoria de nosso querido orientador espiritual Emmanuel, trata-se de mais um emocionante romance com toda a característica peculiar do autor e rica em detalhes, como também experiências vividas por seus personagens. 
    O autor nos transporta mais uma vez para à antiga Roma, a gloriosa terra dos orgulhosos Césares para acompanhar-mos a trajetória de Quinto Varro e Ticiano, duas almas ligadas profundamente pelos laços do amor. Toda a estória se passa no século III depois de Cristo e nos faz vivenciar a intensa luta travada pelos primeiros cristãos com os poderes autoritários e tirânicos da antiguidade.
    De um lado toda a ignorância e brutalidade de um povo que se intitulava civilizado e de outro a simplicidade, a calma, a paz e a sabedoria daqueles que encontraram as Verdades Espirituais nas palavras e exemplos de Cristo. Na maioria das vezes o preço a se pagar para sustentar a verdadeira fé eram as torturas e uma morte cruel a que apelidavam de justiça. Inabalável era a postura destes primeiros cristãos que investidos de uma coragem divina enfrentavam sem medo algum esta temida passagem.
    Ave Cristo era o pronunciamento final destes que partiam do mundo cumprindo o papel de fiéis servidores das palavras de Cristo, e tamanho era a grandeza moral destas humildes pessoas que cegavam a comover até as mais ríspidas autoridades de sua dura época.
    Convido aos leitores a compararem a fé nascente deste cristianismo original com a fé de nossos dias atuais e que tirem suas próprias conclusões. Esta obra mais do que tudo é exemplo de humildade, fé e confiança nAquele que se entregou na cruz para nos ajudar.

Homossexualismo Sob a Ótica Espírita



    Com todo o foco e atenção que a mídia tem dado ao homossexualismo, como não falar deste assunto tão polêmico? Notícia que vai de um extremo a outro, defendido por uns, tão odiado por outros. Como o espiritismo busca explicar todas as questões, veremos como o homossexualismo é explicado segundo a ótica espírita.
    Todo o princípio inteligente percorre um longo caminho até chegar à fase humana. A centelha divina utiliza largas somas de energias psíquicas em seu crescimento interior, ora se manifestando ativamente, ora passivamente e isto determina a natureza sexual psíquica da individualidade, lembrando que a bipolaridade dos sexos encerra em cada um extenso curso de aprendizado espiritual.
    A polaridade sexual é característica psíquica da individualidade, quer isto dizer que a orientação sexual se encontra no interior do princípio inteligente e não é apenas algo adquirido pelo contato com o corpo físico, este é apenas reflexo das qualidades interiores e exteriores do corpo espiritual. Em regras gerais a experiência masculina favorece o desenvolvimento da lógica, da razão e do pensamento e a experiência feminina o desenvolvimento da parte sentimental. Não quer isto dizer que em apenas um ou outro sexo tais características se desenvolvam, apenas que são mais propícias a isto.
    Encontraremos o homossexualismo em duas ocasiões distintas. A primeira delas é quando a individualidade não progredindo nas qualidades a que o sexo oposto favorece, inicia suas próximas encarnações envergando corpos carnais que sejam do sexo que mais favoreçam o crescimento de que necessita, para este caso há uma longa preparação no astral e as primeiras encarnações trarão muitos traços e forte psiquismo da orientação sexual deixada para trás onde muitas vezes pode aflorar os antigos gostos e desejos.
    Na segunda ocasião, a inversão sexual pode acontecer de forma muito mais drástica, exercendo um “caráter punitivo”, lembrando que toda punição é aperfeiçoamento, sendo por isso mesmo mais doloroso. São os casos em que as pessoas que utilizam seus dons materiais ou intelectuais para seduzir e mentir, conquistar e descartar, menosprezando o sexo oposto. Será obrigado em sua próxima encarnação a envergar um corpo de natureza com a qual espezinhou para que possa aprender o devido valor ao que não soube dar.
    Em ambos os casos o homossexualismo se manifesta como desequilíbrio interior entre o agente psíquico e o corpo material de qual se serve no momento. Não estamos aqui para acusar, nem elogiar, apenas para entender as causas de origem profunda na qual geram um grande desconforto para a humanidade e compreender que para tudo há uma razão de ser.