quinta-feira, 30 de junho de 2011

Atividade Mediúnica no Lar



    A todos aqueles que iniciam nos estudos espiritualistas ou que passam a ter seus primeiros contatos com o meio, é natural que possuam muitas dúvidas e pincipalmente curiosidade. Quanto há para se descobrir e experimentar? A empolgação é um traço de quase todos os iniciantes que devido a preconceitos e mitos vários gerados principalmente pelo desconhecimento, interpõem-se com tantas dificuldades que o contato com o mundo espiritual parece ser realmente coisa de outro mundo.
    Uma das primeiras dificuldades é exatamente na prática mediúnica realizada no ambiente doméstico. Alegam os entendidos que um local para qualquer atividade mediúnica deve ser “preparado” e estritamente localizado em algum centro. Vejamos até que ponto isto possui fundamento.
    A idéia deste preparo do ambiente tem por objetivo impedir que espíritos menos evoluídos, de pouca vibração, pouca luz, malignos ou desordeiros, como muitas vezes são conhecidos, não possam ter acesso ao local onde está ocorrendo a atividade mediúnica, claro que não preciso expor as razões óbvias para evitá-los dada a natureza ainda muito imperfeita de tais entidades.
    Kardec que foi o codificador do espiritismo sempre incentivou a tentativa e prática da atividade mediúnica no lar. Para isto, nos ensinou ele que são necessárias duas coisas muito importantes: boa intenção voltada para a prática do bem e o estudo e consequente preparo íntimo de quem deseja se dedicar a este tipo de atividade.
    Não quero com isso dizer que um preparo ambiental seja algo ruim ou até mesmo desnecessário, porém, não é imprescindível para uma atividade mediúnica como é a mudança e crescimento interior no sentido de buscar unicamente o bem. Não bastará que se prepare qualquer ambiente para que pessoas levianas e cheias de más intenções não sofram as consequências das quais serão suas próprias vítimas, pois elas mesmas, através de atitudes e pensamentos abrem campo para os tão temidos ataques de espíritos menos evoluídos.
    Um preparo do ambiente é importante sim, mas não fundamental. Equiparem o preparo do ambiente a um saneamento, como se fôssemos receber visitas importantes para não passarmos vergonha ou desagradá-los. Porém, se faltar o necessário preparo íntimo é o mesmo que estarmos sempre de portas abertas para quem quer que seja.
    O preparo ambiental é muito importante para reuniões públicas, onde várias pessoas estarão presentes. Tendo permitido a elas o acesso, muito difícil é que todo o grupo possua pensamentos e intenções do mais elevado nível, assim como a carga energética que lhes pertence. A neutralização destas energias e fluídos é consequência da preparação do ambiente.
    Ademais o contato espiritual é sempre permanente. O mundo espiritual coexiste com o material e não é apenas em atividades mediúnicas que os espíritos podem ter contato conosco. Isto eles fazem diariamente e incessantemente, porém de forma pouco perceptível para a maioria das pessoas, seja nos influenciando ou atuando de forma mais direta em todo tipo de coisa, razão pela qual não há como evitar contato espiritual.
    Ademais a todos que possuem mediunidade em certo grau já adiantado é até prejudicial a falta de uma atividade voltada para o bem. Ninguém recebe este dom sem motivo, e por qualquer razão que seja como o desleixo, preguiça ou medo, abdica de qualquer prática engrandecedora e deixa de estar amparado por bons espíritos ficando assim com o caminho aberto para os aproveitadores.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Mensagens de Emmanuel - Auto-libertação



“...Nada trouxemos para este mundo e manifesto é que nada podemos levar dele.” – Paulo. (I Timóteo, 6:7)

Se desejas emancipar a alma das grilhetas escuras do “eu”, começa o teu curso de auto-libertação, aprendendo a viver “como possuindo tudo e nada tendo”, “com todos e sem ninguém”.
Se chegastes à Terra na condição de um peregrino necessitado de aconchego e socorro e se sabes que te retirarás dela sozinho, resigna-te a viver contigo mesmo, servindo a todos, em favor do teu crescimento espiritual para a imortalidade.
Lembra-te de que, por força das leis que governam os destinos, cada criatura está ou estará em solidão, a seu modo, adquirindo a ciência da auto-superação.
Consagra-te ao bem, não só pelo bem de ti mesmo, mas, acima de tudo, por amor ao próprio bem.
Realmente grande é aquele que conhece a própria pequenez, ante a vida infinita.
Não te imponhas, deliberadamente, afugentando a simpatia; não dispensarás o concurso alheio na execução de tua tarefa.
Jamais suponha que a tua dor seja maior que a do vizinho ou que as situações do teu agrado sejam as que devam agradar aos que te seguem. Aquilo que te encoraja pode espantar a muitos e o material de tua alegria pode ser um veneno para teu irmão.
Sobretudo, combate a tendência ao melindre pessoal com a mesma persistência empregada no serviço de higiene no leito em que repousas. Muita ofensa registrada é peso inútil ao coração. Guardar o sarcasmo ou o insulto dos outros não será o mesmo que cultivar espinhos alheios em nossa casa?
Desanuvia a mente, cada manhã, e segue para diante, na certeza de que acertaremos as nossas contas com Quem nos emprestou a vida e não com os homens que a malbaratam.
Deixa que a realidade te auxilie a visão e encontrarás a divina felicidade do anjo anônimo, que se confunde na glória do bem comum.
Aprende a ser só, para seres mais livre no desempenho do dever que te une a todos, e, de pensamento voltado para o Amigo Celeste, que esposou o caminho estreito da cruz, não nos esqueçamos da advertência de Paulo, quando nos diz que, com alusão a quaisquer patrimônios de ordem material, “nada trouxemos para este mundo e manifesto é que nada podemos levar dele”.

terça-feira, 28 de junho de 2011

Momento de Reflexão – O Teste Silencioso



    Havia em certo local, em uma época indefinida no tempo, uma escola de grande renome e reputação. Ensinava-se lá tudo o que dizia respeito a grandes conhecimentos e verdades, o que para a grande maioria das pessoas estava oculto. Os sábios que lá viviam eram cercados de mistério e prestígio, assim como um profundo respeito por aquelas pessoas que eram tidos até como sobrenaturais por muitos.
    E como o poder nada mais é do que o conhecimento, muitas pessoas que sabiam desejavam conquistar este conhecimento superior e oculto das coisas, mas os sábios eram rigorosos na escolha de seus futuros pupilos e apenas um teste era feito a cada cinco anos e que avaliava a capacidade intelectual assim como a compreensão psíquica. Muitos tentavam, porém poucos logravam êxito.
    O personagem principal de nossa história já era homem maduro e muito introspectivo para época e, repleto de boas intenções, estava decidido a se tornar membro efetivo da instituição de tão alto renome, tanto que para isso vinha se preparando a largos anos sabendo de antemão, que não bastava ler e decorar livros, mas principalmente buscar a compreensão oculta de cada coisa.
    Foi assim que se escreveu para os testes iniciais que foram logo superados por ele com relativa facilidade. O teste final era aberto ao público e era conhecido como o teste silencioso, uma vez que ninguém poderia falar sobre a pena de ser reprovado, e, o que era mais temível, dada a natureza pública do evento, cada prova não podia ser igual.
    Apenas nosso personagem e mais um corajoso jovem foram capazes de chegar ao teste final e lá se encontravam ambos, diante de uma banca de sábios silenciosos como os mortos e atrás o público atencioso e curioso em tentar compreender o que lá ocorria. Vamos achar ambos concentrados e aguardando a convocação para o início do teste silencioso.
    O jovem rapaz que também alcançara a fase final foi chamado primeiro por um sábio, apenas com o movimento da mão, e logo em seguida lhe mostrou o dedo indicador da mão direita apontado para o alto, o jovem refletiu um pouco e apontou o dedo indicador da mão esquerda para o alto copiando a atitude do sábio. O sábio mostrou-lhe dois dedos, o que também foi feito pelo jovem de maneira igual, assim como com o terceiro dedo. O sábio pareceu estar satisfeito e fez o jovem recuar indicando-lhe com a mão para que nosso herói pudesse vir à frente.
    O mesmo foi feito a ele com o dedo indicador, porém depois de refletir um pouco, mostrou-lhe dois dedos em atitude bem diferente da do sábio. Este um pouco que impressionado mostrou-lhe três dedos, no que foi prontamente respondida com quatro dedos, o que mais uma vez surpreendeu o sábio. Por fim, o sábio lhe mostrou cinco dedos e nosso herói lhe apresentou a mão fechada dando por encerrada esta parte com grande satisfação do sábio.
    Um outro sábio então colocou sobre uma mesa repleta de comestíveis e bebidas um grande copo de vidro transparente repleto de água até a boca e chamando o jovem sem emitir qualquer ruído lhe indicou a mesa. O jovem não compreendia bem o significado daquele grande copo repleto de água no centro da mesa e depois de muito pensar escolheu uma das bebidas mais valiosas e adicionou um pouco no grande copo o que fez que algumas gotas escorressem pela borda sendo convidado a abrir espaço com grande cara de reprovação por parte do sábio. Outro grande copo foi posto à mesa repleto de água e convidado pelo sábio a se aproximar, nosso herói meditou por algum tempo no significado daquela cena para grande apreensão da plateia que a tudo assistia aflita, e após decidir-se, afastou-se da mesa vagarosamente parecendo procurar algo, os sábios entreolharam-se como a questionar o motivo de tal atitude. Por fim, nosso herói parecendo ter achado o que procurava voltava com grande sorriso no rosto trazendo uma pequenina flor entre as mãos, e, com muito delicadeza a colocou sobre a água do copo sem deixar que escapasse nada o que foi prontamente aplaudido pelos sábios que apressaram-se a levantar e cumprimenta-lo com grande alegria, deixando o público mais uma vez sem compreender nada.
    Após a parabenização, nosso herói foi convidado a explicar ao público o que havia ocorrido no teste. Ele começou a explicar que o primeiro sábio com o dedo indicador lhe mostraria uma grande verdade, seu colega ao copiar-lhe a posição invertida quis com isso dizer que se espelharia nele com esta verdade e assim foi até a terceira, porém, ele mesmo quis mostrar ao sábio que lhe daria duas verdades ao invés de uma e assim foi até que chegasse a cinco, quando então ele lhe mostrou a mão fechado simbolizando o círculo sem início e sem fim representando o infinito. 
    Sendo em razão disto escolhida a segunda prova em que o copo repleto de água simbolizava a pessoa cheia de conhecimento. Qualquer conhecimento que fosse acrescentado “escorreria” pelo fato de alguém já estar repleto. Foi assim que seu colega perdeu a prova ao tentar acrescentar algo em um recipiente que já estava cheio. Ele preferiu demonstrar com a sua atitude de colocar a flor sobre a água que não veio para acrescentar nada, mas que poderia adicionar a beleza como uma forma de enxergar diferente aquilo que já conhecia.  

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Fanatismo – O Perigo das Religiões (continuação)



    Para continuar a comentar sobre o tema procurei no Wikipedia a definição da palavra fanatismo: “Fanatismo (do francês "fanatisme") é o estado psicológico de fervor excessivo, irracional e persistente por qualquer coisa ou tema, historicamente associado a motivações de natureza religiosa ou política. É extremamente freqüente em paranóides, cuja apaixonada adesão a uma causa pode avizinhar-se do delírio. Em Psicologia, os fanáticos são descritos como indivíduos dotados das seguintes características: 1. Agressividade; 2. Preconceitos vários; 3. Estreiteza mental; 4. Extrema credulidade quanto ao próprio sistema, com incredulidade total quanto a sistemas contrários; 5. Ódio; 6. Sistema subjetivo de valores; 7. Intenso individualismo; 8. Demora excessivamente prolongada em determinada situação/circunstância”.
    É bem claro o texto quando expressa que o fanatismo é um estado irracional, convém lembrar aqui que Kardec ao codificar o Espiritismo deixou CLARO que qualquer interpretação irracional deve ser repudiada, pois tudo fundamenta-se em leis e princípios lógicos e racionais, onde assim, desfere ele um profundo golpe sobre as crendices e mitos que giram em torno dos estudos espíritas.
    Lamentamos ver irmãos que abdicam do ato de raciocinar, ponderar e refletir sobre o que quer que seja alegando estar assim agradando a Deus. Muitos religiosos acreditam que somente pela fé o homem pode alcançar uma pretensa salvação após a morte. Lembremos que a fé ensinada por Cristo nunca foi cega, pois Ele mesmo foi um ilustre Mestre a ensinar a todos, independente de raça ou condição social, através de suas parábolas para que o povo inculto e ignorante pudesse compreender alguma coisa sobre as Leis Maiores da Vida. Que necessidade haveria de ensinamento e compreensão se para uma fé cega bastaria apenas a crendice? Não seria melhor que Jesus tivesse vindo soltando raios, ordenando e exigindo obediência a Ele?
    Apurar os sentimentos através de uma fé inabalável no Criador é um dever de todo cristão, porém não esqueçamos que a lógica e o raciocínio também foram dados ao homem pelo mesmo Criador para que deles fizéssemos bom uso, não para que fossem renunciados por nenhum pretexto. Ademais, vale lembrar também que toda crença somente se torna sólida quando se apoia no conhecimento. A crendice de que imagens poderiam ser transmitidas de qualquer ponto do globo para aparelhos capazes de recebê-las só foi bem aceita por todos quando souberam e compreenderam a explicação física das ondas de rádio frequência e transmissão a longas distâncias.
    Algo semelhante se sucede também a tudo o que diz respeito à espiritualidade, uma vez que conhecendo e compreendendo os fenômenos e leis que regem o universo, o ser humano sai do abstrato e da crendice para algo palpável, explicável e racional como demanda a índole do homem científico do século vinte e um. Quando afirmou Jesus que nem só de pão viveria o homem quis com isto dizer que o conhecimento e a compreensão de tudo o que existe faz parte da índole humana.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Fanatismo – O perigo das Religiões



    Certo dia, ao conversar com um colega que é evangélico e se diz estudioso no assunto, dialogávamos sobre ciência. Para alguém que se diz um estudioso na área, posso dizer que fiquei pasmado com algumas de suas alegações. 
    Em certo momento da conversa, falávamos sobre a evolução e uma das coisas que ouvi dele foi “o homem não evoluiu do macaco”, claro que contrariei esta alegação, uma vez que a lei de evolução faz parte da natureza e a tudo se aplica, pode ser lenta ou estacionária por muitos anos até, mas está sempre presente e nada contém a sua lenta, porém inabalável marcha, e as espécies animais e vegetais estão sujeitos a ela. A ciência hoje possui provas mais do que suficientes para se negar isso.
    Nossos irmãos evangélicos costumam cair no erro a que chamamos de fanatismo, uma vez que pretendem que tudo o que se é conhecido hoje seja distorcido segundo o que eles interpretam em relação à Bíblia. Por muitos anos as igrejas negaram tudo o que a ciência descobria ou afirmava alegando muitas vezes que era obra do diabo. No século 21, era da informação, não há condições de negar fatos, uma vez que eles existem e necessitam ser explicados, só resta então adequá-los segundo a melhor interpretação bíblica.
    Por séculos as religiões ocidentais defenderam que a Terra era o centro do universo e que o sol, assim como todas as estrelas, girava em torno do nosso planeta e nem por isso a ordem dos astros foi abalada. Triste seria a um destes religiosos constatar hoje que estavam completamente errados. Qualquer um pode acreditar no que quiser, mas lembrem-se de que a verdade é uma só e que nada irá mudar a gosto de quem quer que seja.
    Ficou claro que o meu colega deixou a entender que sendo o homem a imagem e semelhança de Deus não poderia ter evoluído de uma espécie inferior como os primatas, como se a natureza que é criação de Deus fosse algo inferior e incapaz de expressar a grandeza divina. Vale lembrar aqui que na afirmação bíblica de que o homem foi criado a imagem e semelhança de Deus nada consta que esta criação está finalizada e que quem admite que assim seja, que o homem com toda sua imperfeição seja o produto final da semelhança com o criador, será triste, mas forçosamente terá que admitir que as falhas da criação são erros do criador.
    Atualmente há entre os evangélicos e católicos uma interpretação muito literal, em certos trechos apenas, do livro da gênese no qual tentam manter uma teoria chamada a teoria do “criacionismo”. O interessante desta teoria é de que tudo o que existe de insustentável no livro da gênese é interpretado de forma relativa e certas coisas, algumas vezes absurdas até, de forma literal. E claro, resulta uma teoria insustentável pela ciência e que volta aos moldes medievais podendo ser apenas aceita pela fé.
    Irmãos, abram os olhos, vivemos hoje num período de esclarecimentos e erros tão grotescos como estes não se sustentam diante das verdades já alcançadas pela ciência hoje. Que o homem acredite que o sol é azul ou que seja quadrado não fará com que ele altere a sua própria natureza, composição química e forma para atender ao orgulho de um pretenso conhecimento. Busquemos moldar o que sabemos as novas verdades e não distorcer as novas verdades ao que julgamos saber.
    A doutrina espírita ensina que o homem não é um produto acabado e que o estágio humano é apenas um entre muitos das etapas de experiência e aprendizado cujo objetivo final é a perfeição na qual nos assemelharemos perfeitamente com o criador, nota-se aqui o quanto estamos longe da meta a que devemos alcançar e para isto temos como prazo o infinito.
    A coisa mais triste desta estória é constatar como nossos irmãos ainda se debatem em questões tão primárias e superficiais como estas, quando poderiam estar desbravando um conhecimento espiritual muito superior e muito além destas questões materiais e de importância secundária.