segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Espaço Ramatis – Criminosos e Marginalizados



    Pergunta - E que se deveria fazer com o criminoso irrecuperável, hostil e impermeável a qualquer orientação e auxílio a seu favor?
    Ramatis – A civilização terrícola move-se sob a determinação de um ciclo vicioso, em que as vítimas do passado situam-se posteriormente nos lares dos seus próprios algozes, a fim de se processar a reparação cármica e os ajustes espirituais.
    O pioneiros americanos invadiram o território dos peles-vermelhas, trucidando velhos, moços, mulheres e crianças para roubar-lhes as terras e os bens; a lei do carma, no entanto, obrigou a civilização americana a receber no seu seio os infelizes peles-vermelhas, desajustados violentamente nos seus antigos “habitats” comuns. E, por isso, eles hoje se movimentam no meio da civilização americana como almas agressivas e primárias que ainda são, na figura de fascínoras e “gangsters” impiedosos, praticando toda sorte de tropelias e violências contra a concepção moral moderna. Matavam no passado impelidos pelo próprio código de honra, que lhes glorificava o egoísmo de trucidar o inimigo valente. O pretos que foram caçados na África pelos capitães-de-mato do vosso país são hoje os “marginais” que proliferam nas favelas e que descem para as cidades provocando distúrbios e delinquências indesejáveis. Eram criaturas espiritualmente imaturas e irresponsáveis, tal qual as crianças que vivem os seus instintos e não sentimentos.
    E a vossa civilização terá de suportá-los com os seus problemas primários e desajustes censuráveis, porque eles vivem, atualmente, a mesma vida instintiva sem preconceitos e convenções, que lhes eram peculiares nas encarnações passadas. Em consequência, tereis de ser tolerantes, compreensivos e amorosos para com eles, cujos espíritos de “ex-africanos” ainda vibram a condição primária de sua vida anterior.
    Inúmeros pais pobríssimos ou afortunados afligem-se com o filho prevaricador, vigarista ou irresponsável, que os obriga a um reajuste cármico indesejável por força do próprio desajuste social. Naturalmente, esses progenitores ignoram que sob a vestimenta carnal consanguínea da família vive o espírito do negro africano, que outrora fora aprisionado no seio das florestas e posteriormente transportado como gado, no fundo dos navios negreiros e destinados à escravidão. Os negros africanos eram venturosos em suas palhoças primitivas, embora cultuando a sua música primária, a arte infantil, a viver os costumes selvagens sem os preconceitos da civilização. No entanto, os civilizados invadiram-lhes a comunidade e aprisionaram os mais capacitados, lançando-os no meio da civilização como animais degradados no seu “habitat” natural!
    Sem dúvida, seria absurdo que, depois de explorados pelos brancos, esses infelizes desajustados na civilização ainda fosses afastados do cenário dos seus próprios algozes. Mas a justiça sideral, infalível, fê-los nascer entre os próprios responsáveis pelas suas desventuras pretéritas cujo primarismo e instintividade cria os problemas de marginalismo, violência, desajuste social e ociosidade, porque ainda são criaturas completamente inadaptadas ao ambiente dos civilizados. Mas os brancos, algozes do passado, na sua fúria impiedosa, e orgulho condenável continuam a maltratar os negros primitivos, pois os matam como animais encurralados nas favelas ou nos desvãos das matas!
    Consequentemente, agrava-se cada vez mais a responsabilidade dos pseudo-civilizados, possivelmente antigos capitães-de-mato, caçadores de negros fugitivos, capitães negreiros de navios piratas, fazendeiros cruéis e exploradores de negras donzelas, que, em vez de indenizarem esses infelizes quanto aos prejuízos e as crueldades bárbaras de há poucos séculos, ainda hoje os perseguem e os trucidam sob o sofisma da inviolável justiça humana! Mas a Lei inflexível os espera, no além-túmulo, onde terão de gemer e ranger os dentes por muitos séculos e séculos de reparação.

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