terça-feira, 26 de abril de 2011

Momento Reflexão – O caminho do Meio



    Há muito tempo vivia um rei que por ser muito egoísta vivia em luxuoso palácio esquecendo na pobreza e miséria o seu povo. O rei teve o seu primeiro filho e gostava tanto do menino que nunca quis que ele soubesse o que seria a dor, o sofrimento, a pobreza ou a doença.
    Os anos foram correndo de maneira mansa quase esquecendo-se de existir e o menino foi crescendo habituado a todo aquele luxo e riqueza, em um lugar onde os seus desejos eram ordem, exceto de um, não podia em hipótese alguma deixar o palácio e por todos era impedido disto fazer, pois se pagava com a cabeça qualquer falta cometida contra a realeza daquela época.
    O príncipe que agora era um rapaz vivia relativamente tranquilo, pois acreditava sinceramente que todas as pessoas que existiam no mundo viviam de certa forma parecidos com eles na fortuna e abastança. Mas encomendava-lhe a única coisa que não podia fazer, conhecer o que havias por trás das muralhas de seu feliz território.
    A idéia assim como a vontade de conhecer o que lhe era proibido foi crescendo em seu âmago e começou a pedir insistentemente ao pai para que conhecesse ao menos o reino em que vivia. O rei, que fez de tudo para que seu filho jamais conhecesse algo que fosse ruim, teve uma brilhante idéia. Mandaria o exército à frente do carro do príncipe para que os soldados limpassem as ruas, tirassem os doentes e mendigos, pagaria as multidões para que clamassem com alegrias o nome do príncipe.
    E assim fez o rei, o príncipe estava ansioso com o seu primeiro passeio e ficou maravilhado com o deslumbre das ruas, da felicidade do povo que o gritava com demonstrações de alegria e jogavam pétalas de rosas por onde passavam. O plano do rei surtiu efeito porque o príncipe voltou convencido de que tudo e todos eram felizes assim como ele que vivia em seu palácio.
    Passados alguns anos, o príncipe tinha feitos alguns passeios a mais e sempre a estratégia do rei triunfava. Porém, o príncipe começou a ficar intrigado com a aparente felicidade do povo e arquitetou um plano engenhoso para que pudesse escapar do palácio a noite sem que ninguém desse por sua falta.
    Assim procedeu o príncipe e ao chegar as ruas a noite foi tomado por um verdadeiro sentimento de horror, pois estava apreciando a miséria, a fome, a doença e a dor pela primeira vez em sua vida. Não acreditava que tudo aquilo pudesse ser verdade e bastou algumas voltas na lastimável cidade para que o príncipe nunca mais fosse o mesmo.
    A tristeza cravou-lhe fundo na alma as suas garras e o príncipe não teve mais a vontade e a coragem de voltar para o palácio, preferindo refugiar-se na mata e tentar encontra a resposta para o sofrimento humano.
    Assim, da opulenta riqueza em que vivia, passou a uma drástica miséria, de um extremo ao outro tentando encontrar a solução para estes problemas. Buscava compreender a vida, achar a razão do porque as coisas deveriam ser assim, riqueza extrema para uns e pobreza miserável para outros. Acreditava que tudo tinha que ter um significado.
    Certa vez perambolando pelas matas e tentando solucionar os mistérios da vida, se deparou com um pai ensinando o filho a afinar um violão e escutou um ensinamento que viria a modificar totalmente sua vida mais uma vez. Ouviu o pai falar: se deixar a corda frouxa ela não toca e se apertá-la demais ela arrebenta.
    Uma luz se fez nos pensamentos do príncipe e este compreendeu que o perfeito equilíbrio é o caminho do bem e passou a chamar o equilíbrio de caminho do meio. Depois muitas outras descobertas teve o príncipe e saiu a ensinar o povo que vivia de forma tão deplorável sendo aclamado pela maioria como um grande iluminado.
    O príncipe chamava-se Sidarta Gautama, conhecido no mundo futuramente pelo nome de Buda.

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